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Desmatamento e Indicadores Sociais

Uma mulher caminhando na plantação de café em direção ao horizonte.
Foto: Acervo Café Apuí Agroflorestal

Recentemente, o Imazon publicou um estudo que revela uma correlação entre baixos indicadores sociais (o estudo utiliza o IPS – Índice de Progresso Social) e altos índices de desmatamento na Amazônia. O dado é mais do que uma mera estatística, é um alerta claro sobre a necessidade de mais estudos e é mais um indício de interconexão entre a conservação do meio ambiente e o bem-estar das pessoas e toda a sociedade. O estudo revela um


“(...) baixo progresso social para os 28 milhões de habitantes residentes na Amazônia. A região continua com graves problemas de progresso social, caracterizado por um IPS geral (54,32) inferior ao IPS do Brasil (67,94). (...) Desde o início do ciclo de ocupação da Amazônia com base no desmatamento na década de 1970 até os dias atuais, os resultados sociais, econômicos e ambientais têm sido desastrosos. Em 2020, a Amazônia contribuiu com apenas cerca de 9% do PIB nacional enquanto gerou 52% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil.”

A pesquisa destaca algo que a Iniciativa Café Apuí Agroflorestal compreende profundamente. Estamos inseridos em um território onde o desmatamento é uma realidade e, por isso, vemos uma oportunidade única de criar mudanças positivas através da bioeconomia. Para mudar o contexto ambiental, é preciso unir o social, econômico e ambiental em um novo modelo de desenvolvimento sustentável, como o que temos atuado há 12 anos na região de Apuí.


Nosso café agroflorestal é uma resposta à urgência ambiental e social. Ao unir – na mesma cadeia produtiva – pequenos produtores locais, conservação da floresta e promoção de práticas sustentáveis, a Iniciativa propõe a construção de mais do que um café, uma proposta de futuro mais promissor. Apuí é um dos 89 municípios (dentre 772 da Amazônia) que estão na pior faixa da classificação do IPS, ficando com o IPS 49,49, na posição 704 de 772 do ranking dos municípios.


Envolvemos a comunidade local, fortalecemos a cadeia produtiva no território, oferecendo a pequenos produtores a chance de prosperar com a garantia da venda de todo café agroflorestal produzido e com a futura venda de créditos de carbono. Isso não apenas possibilita desenvolvimento social, mas também fortalece a resiliência dessas comunidades e de toda a economia local. Com a recuperação de áreas degradadas com os sistemas agroflorestais, as famílias parceiras produzem alimento nas entrelinhas das árvores nativas e do café, contribuindo também para sua segurança alimentar e para a renda da família, especialmente com o apoio da certificação orgânica que oferecemos que agrega valor aos seus produtos.


Esse modelo agroflorestal não apenas evita o desmatamento, mas contribui para a regeneração de áreas que estavam degradadas. É um compromisso palpável com a conservação ambiental, com cada saca de café produzida representando um passo na direção certa. As pessoas locais são responsáveis junto com a Iniciativa pela regeneração do ecossistema, conservação das florestas nativas em suas propriedades e prosperam com isso. Hoje, são 115 famílias, 159 hectares de áreas recuperadas e 7700 hectares de florestas sendo conservados na região. Em 6 anos, já compramos R$ 877.000,00 em café agroflorestal, além de gerar empregos em toda nossa cadeia da restauração e produção de café, afinal o nosso café só sai de Apuí pronto para o consumo do cliente final: beneficiado, torrado e embalado! 


A Iniciativa Café Apuí Agroflorestal não é apenas sobre o café, é sobre educar, conscientizar e inspirar mudanças. Queremos que cada consumidor compreenda que a escolha de um café pode ter impactos duradouros, porque a xícara de café tomada está amarrada a uma longa cadeia de mudanças culturais de comportamento que mudam o impacto causado, de negativo para positivo.


“A Amazônia tem um potencial enorme de desenvolvimento sem desmatamento, principalmente por meio do aumento da produção agropecuária nas áreas já derrubadas e da melhoria da bioeconomia e do pagamento dos serviços ambientais onde a floresta segue em pé”, sugere o cofundador do Imazon e coordenador da pesquisa, Beto Veríssimo.

A correlação entre desmatamento e indicadores sociais não deve ser uma sentença de condenação. Precisa ser uma chamada à ação. Ao caminhar com o primeiro café agroflorestal sustentável da Amazônia brasileira e outros produtos de impacto positivo, consumidores, investidores, governos e empresas escolhem um futuro em que a qualidade de vida e a saúde do planeta caminham de mãos dadas


Junte-se nesta jornada de transformação, uma xícara de cada vez! Conheça o Café Apuí Agroflorestal.


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