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Mulheres que movem a Amazônia

Uma reflexão no Dia Internacional das Mulheres

Vencedoras do Prêmio de Empoderamento Feminino de 2024

Por Sarah Sampaio, Diretora Executiva da Amazônia Agroflorestal  


Receber o Prêmio de Empoderamento Feminino da Fundação Bayer 2024 foi, para mim, muito mais que um reconhecimento pessoal. Foi um respiro em meio a tantos desafios, unir forças com mulheres inspiradoras para continuar renovada  em minha missão. Foi também, (mais) um lembrete de que ainda precisamos sim de ações afirmativas para que mais mulheres, pretas, trans e LGBTQIA+ tenham mais chances de liderar neste mundo em que vivemos. Nossa liderança é fundamental para construir um mundo melhor. 


Ao lado de outras 14 mulheres incríveis, vi na prática o verdadeiro poder que está na união de vozes que transformam realidades. Mulheres que, como eu, dedicam suas vidas por um mundo melhor – no meu caso, provar que é possível gerar renda, conservar a floresta e, ao mesmo tempo, construir equidade.  


Durante a premiação, ouvi histórias que me inspiraram a olhar além dos números e metas, como a da Johanna, Gerente de Desenvolvimento de Negócios do “Tirando X Colombia”, um aplicativo de educação sexual que aumenta a propensão de 96% de adolescentes a usar contraceptivos, 71% de tirar suas dúvidas sobre o tema e 43% de falar com seus pais sobre o assunto, rompendo um assunto tabu que é fonte de uma série de violências na sociedade. Nós não somos "exemplos isolados" – somos parte de uma rede que cresce silenciosamente na Amazônia e no mundo, tecendo um futuro onde economia e impacto positivo andam de mãos dadas.  


Na iniciativa Café Apuí Agroflorestal, aprendemos que sociobioeconomia só funciona quando inclui quem está na linha de frente. De acordo com dados do Banco Mundial, ONU e Unesco, a proporção de mulheres em cargos de liderança é de 30,58% em países membros do G20 e 38,8% no Brasil.


Na Amazônia Agroflorestal,  conseguimos chegar a 40% em participação de mulheres nas lideranças , através de incentivo e políticas ativas de contratação de mulheres nos processos seletivos, conseguimos aumentar de 12,5% em 2022 para 48% em 2025 a participação de mulheres no nosso time. Como mulher líder, tenho a consciência da diferença que faço em cada pessoa que entra na nossa empresa e no exemplo que somos para os parceiros que trabalham conosco. Não é fácil encontrar mulheres para trabalhar no campo, especialmente no Amazonas, o machismo arraigado na sociedade se acumula a cada passo de uma mulher, reduzindo as oportunidades de profissionalização e de conseguir um bom emprego. Essa cultura machista está dentro de cada uma de nós, muitas vezes nos faz sentir incapazes, ou que não somos boas o suficiente para uma vaga e acabamos por nem nos candidatarmos, quando na verdade temos todas as capacidades para aquele cargo. É preciso mobilização ativa para mudar essa história e é isso que fazemos.  Cada uma participa da garantia de que cada grão de café agroflorestal carrega não só qualidade, mas o DNA de uma Amazônia viva e justa.  


Como diz Mary Tupiassu, a Amazônia é uma mulher, uma mulher que vem sendo violentada no mundo misógino que vivemos. A COP30, que acontecerá aqui na Amazônia, é a oportunidade para mostrar ao mundo o que já sabemos: nós mulheres somos peça-chave para frear a crise climática. O mundo que vivemos hoje, violentado pela crise climática, foi construído em uma sociedade em que as mulheres não sentaram nas mesas de decisão. Como disse Vandana Shiva em entrevista para Bela Gil: “E toda essa violência está interligada. Porque vem da mesma ideia de superioridade e separação”. Nós precisamos mudar esse paradigma de produção e, por isso, quero muito ver as mesas da COP30 ocupadas por ministras, técnicas, especialistas e diretoras, porque na história,  ao meu redor, na união de mulheres empreendedoras durante a premiação da Fundação Bayer, nas mesas da sociobioeconomia e na Assobio,  vejo a potência que podemos promover e o mundo que podemos construir.


Este prêmio não foi só meu. Foi fruto de todas que, como eu, acreditam que a Amazônia não precisa ser salva – precisa ser ativa. E para isso, precisamos de mais mulheres no comando, nas cooperativas, nos laboratórios e nas mesas de negociação.   Neste Dia Internacional da Mulher, convido você a refletir: quantas líderes estão prontas para ativar e promover a Amazônia, mas ainda não foram vistas e ouvidas? Na Amazônia Agroflorestal, seguiremos trabalhando para que a resposta seja: nenhuma. 


 
 
 

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